sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Encontrar

Estava perdida.
Sim, em meio a todas as pequenas coisas
que destroem a beleza da vida.

Estava perdida em pensamentos nebulosos
em coisas, contas, desejos frustrados e regras.
especialmente nas regras.

Mas sai das trevas.
As palavras me resgataram de lá.
Mãos amigas vieram me salvar.

Estou livre.
Plenamente livre.
a gaiola destruída,
a floresta iluminada.

Agora não sei exatamente quem sou
ou para onde gostaria de ir.
tanto tempo só na escuridão faz isso com a gente.

Mas posso.
ser quem quiser
e ir onde quiser
e fazer o que quiser.

Sou andarilha, e este é meu norte.
não sou árvore fincada a terra.
Não devo esquecer me disso.

Sou andorinha, que não se pode cativar.
Se tenho asas é para voar.

Das coisas do passado,
me despeço com cuidado.
Para as coisas do futuro
eu me preparo.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sonho.


Sonhei uma noite
que viviamos em amor belo e casto.
Sorria em seu olhos e dormia em seus braços.

Deitados próximos ao mar
Eramos crianças e eramos amantes
passando a tarde a brincar.
Fomos felizes naqueles instantes.

Com o vento as horas haviam passado
e ainda por mais tempo
Seu rosto eu haveria contemplado.

Porém era sonho:
Não havia areia ou vento,
não havia mar ou tempo.

Também não havia você.
Mas havia eu, despertando cansada
de um lindo dia na praia.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O caso de Pedro José

    Pedro José observava de longe a linda mocinha índia que em tamanha inocência banhava-se as margens do rio. As vezes ela olhava sobre o ombro como se soubesse da presença dele entre as folhas da mata - Eita, será que ela tá me vendo?- A indiazinha agora olhava diretamente para para Zé ao mesmo tempo que se insinuava, o que o forçou a aproximar-se, meio sem jeito, meio embaraçado.
   -A moça sabia que é perigoso ficar assim, sozinha, no meio da mata?
Ela sorriu e em tom de brincadeira respondeu:
   - Então o que você tá fazendo aqui?
Já fazia dias que Zé escapulia do trabalho de vigia para vigiar a indiazinha.
   -Meu trabalho, ué. Sou vigia da fazendo do seu Manuel.
   -Mas não tamo ná fazenda dele, então o que cê tá vigiando?
Predro josé ficou vermelho, roxo, azul de vergonha. Mudou de assunto num salto:
   -Qual a sua graça?
   -Iara.
   -Iara, que nem a mãe-d’água?
   -Que nem a mãe-d’água. e você?
   -Pedro José da Silva, mas pode chama de Zé.
   -Zé, vem cá.. - Disse manhosa
   - Entra no rio? Vai molha minhas roupa.
   -Tira, uai.
   Zé nunca foi muito de receber ordens, mas dadas as circunstâncias, logo ele estava nu nadando em direção a mocinha. Ele sentia que estava fazendo algo errado. Mas errado por que?
   Estava escurecendo. A floresta estava calma. Do vilarejo ouvia-se o cantar dos pássaros e os gemidos vindos do rio.
   As roupas de Zé foram achadas na manhã seguinte, mas Zé nunca mais foi visto.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Avante

Não acho nada.
Não tenho saída.
Não tenho um ponto de partida.

Nem uma luz que guia até o fim do túnel.
Basta seguir e qualquer canto será canto.

Os pés calejarão nas rochas,
As mãos ficarão sujas de terra.

Não sei para onde seguir.
Mas seguirei em frente.
Avante e avante! Até cair!
Então levante e continue.

Avante!

Asfixia

As coisas me sufocam.
O ar é pesado, e a pressão comprime os pulmões.
Perdendo a consciência lentamente.
O desespero surge
                                 e
                                     desmaia.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Resumindo músicas: Piece of my heart - Janis Joplin

Oh, venha !

Eu não te fiz sentir como se você fosse o único homem? Sim!
Eu não te dei quase tudo que uma mulher possivelmente possa dar?
Docura, você sabe que sim!
E a cada vez digo a mim mesma que eu, bem, acho que tive o bastante.
Mas eu vou te mostrar, baby, que uma mulher pode ser "durona".

Eu quero que você venha e leve-o.
Leve outro pedacinho do meu coração agora, baby!
Quebre outro pedacinho do meu coração agora.
Possua outro pedacinho do meu coração agora, baby.
Você sabe que pode, se isso te faz sentir-se bem.
 
 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Time of you life - Green Day

Another turning point
a fork stuck in the road
Time grabs you by the wrist
directs you where to go
So make the best of this test
and don't ask why
It's not a question
but a lesson learned in time

It's something unpredictable
but in the end it's right
I hope you had the time of your life

So take the photographs
and still frames in your mind
Hang it on a shelf
of good health and good time
Tattoos of memories
and dead skin on trial
For what it's worth
it was worth all the while

It's something unpredictable
but in the end it's right
I hope you had the time of your life

Sacrifícios

Acontecem, o tempo todo.
Abrir mão de algo que se quer, por algo que se quer mais ainda.
Talvez minhas escolhas pudessem ser melhores.
Mais foram as certas, e isso me basta.

Se me arrependo?
Claro que tenho alguns arrependimentos guardados.
Mas eles fazem parte de crescer, é com eles que aprendemos.
Por isso não me incomodo com eles.

E agora, o que falta?
Seguir aprendendo, obviamente.
Não importa se fiz algumas jogadas não muito boas.
O que importa é aprender com elas.

As portas da vida não se abriram somente agora.
Sempre estiveram ai. Sempre estivemos dentro dela.
O que segue não é uma muralha, é uma ponte.
Uma caminhada de quilômetros infinitos.

E continuaremos sacrificando desejos e deveres
aprendendo onde podemos ir e onde não devemos.

domingo, 13 de novembro de 2011

O fim (acabando com um relacionamento que nem mesmo existiu)

Mais uma vez o dia estava cinza. Meio que proposital aquele dia, seria estranho se estivesse fazendo Sol. Ele se sentou primeiro na mesa da lanchonete. Ela sentou delicadamente depois. Notou a ansiedade dele, mas achou que tinha há ver com a família ou qualquer coisa assim e ignorou.
-- Eu vou querer um x-bacon, e você?
-- Acho que só vou comer as batatas mesmo.
-- Precisamos conversar.
-- O que houve? Alguma coisa em casa?
-- Não Cá, é com você mesmo.
-- E... Que que eu fiz?
-- Não é o que você fez, é o que você está fazendo. Você está pondo esperanças num relacionamento que não vai a lugar nenhum.
-- Do que que você tá falando?
-- Da gente. Você acha que nós vamos ficar juntos para sempre. Não vamos, Caren. A gente já deu no que tinha que dar, e você tá se enganando. Eu não te amo. Na verdade eu te amo, mas como um irmão. e é por isso que estou falando com você. Acabou.
-- Certo, certo, só entendi "Eu não te amo" e "acabou" mas imagino que o que está entre isso seja qualquer tipo de consolação.
-- Você está mentindo para você mesma. Eu vejo o que você escreve como se comporta. Você está vivendo em fantasias.
-- É só isso? Acabou?
-- Procure alguém que te ame de verdade e te faça feliz. Eu não posso fazer isso.
-- Você é maluco.
-- Eu sei... Sinto muito.
Ele comeu o x-bacon, ela as batatas e foram andando para suas casas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Salvador de cinzas

Essas cores alegres com este céu cinzento.

Suas formas curvas, vivas e distorcidas
não combinam com
os cubos cinzas que correm suas avenidas e crescem às margens delas.

A cidade que exporta alegria
nem lembra do seu povo, a miserável hipocrisia

Triste Salvador de cinzas.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Meu Desterro

Estou isolada.
A sutil impressão de que fui sequestrada de parte de mim.
Aquela parte que não é você, mas faz parte.

Minhas doces lembranças do som das ondas e do balançar ritmado da rede.
A areia nos dedos, no cabelo e no corpo todo.
O queimar devagarinho do sol no rosto.
Ai, aquele vento que passa fazendo carinho e embaraçando os cabelos, aquela brisa salgada.
Ai, as ondinhas de pular na beira da praia e as ondas caudalosas dos corajosos.
O correr descalço queimando os pés, as frutas do quintal, a água de coco, os chapeis de palha, os vestidos levinhos...
Aquela sensação de liberdade que nunca mais experimentei. 

Que vontade de chorar é essa que eu sinto quando me vem essas felizes lembranças?

Que falta que me fazem

Sol, mar, areia, vento embaraçando meus cabelos.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

Biscoitos de aveia, castanha e chocolate

Ingredientes:
1 xícara de Aveia
1 xícara de farinha de trigo
1 xícara de Ovomaltine
3 colheres de sopa de  margarina
1/2 xícara de leite
2 colheres de sopa de castanhas de cajú picadas
1 colher de café de fermento
1 colher de chá de essência baunilha


Modo de preparo:

Preaqueça o forno a 180° antes de começar.

Misture a aveia, o ovomaltine, as castanhas e o fermento
Adicione o leite, a essência de baunilha e a margarina.
Misture tudo até ficar mais ou menos homogêneo.

Faça bolinhas, esmague as bolinhas e ponha numa assadeira.
Leve a assadeira ao forno a 180º entre 15 e 30 minutos (até ficar no ponto)

Espere esfriar.
Coma.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tempo Perdido - Legião urbana

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...
Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...
Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem!...
Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo...
Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...
Tão Jovens! Tão Jovens!...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

E assim nos tornamos brasileiros

Ser brasileiro significa ter nascido nas ruínas do paraíso. Aprender que política é sinônimo de corrupção, associar promessas a mentiras, crescer num país de desigualdades gritantes onde a pobreza é vizinha de porta da ostentação. É falar errado a própria língua. É tentar se virar sozinho por que não pode confiar no governo. É ser marginalizado, É vender ideias e cenas de sexo, futebol e violência para o exterior. É não tentar ser melhor por que todo mundo é pior. É achar que se está tirando o seu, esta tudo em paz. É se indignar com o que vê, reclamar e não fazer nada para mudar por que, afinal, a culpa e a obrigação de mudar isso não são suas. Que culpa tem você se quando nasceu o país já estava assim?
Ser brasileiro é viver um patriotismo sem razão que existe entre vibrar pela seleção e em encher a boca para falar da petrobras, da biodiversidade e da beleza natural e todo o resto do tempo ter vergonha do país que é seu.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ego

Dispo-me de qualquer defesa
-não há o que defender-
Deixo que acerte meu ego,
um golpe misericordioso seria bem-vindo.

Que seja como Fênix
Que seja intangível
Que volte novo e mais forte
Que volte melhor do que tem sido.

O porvir

Árduos dias caminhamos,
revolucionamos nossas mentes.
Em dor e felicidade
forjamos o que somos.

O futuro é simultâneo ao presente
e o destino desconhecido.
As portas e janelas abertas
não dizem qual o rumo a seguirmos;

Moonlight Sonata - Beethoven

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Na casca de noz

Sou em essência ser de luz.
Sei disso pois é a minha natureza.
Nasci para o bem e nada além.

Porém estou manchada.
Suja-me os pés, a lama do mundo.
Não sou forte como deveria
e muitas vezes caio - em tentação -

Enchem me o espírito,
sentimentos tristes que não queria.
Não os entendo e os abomino.
Inundam-me em agonia.

Distanciam me da perfeição que desejo
Transformam o que há de bom em mim
em abominação, um monstro em desterro.

Porém, sou ser de luz
e esta não tarda em lutar
contra minhas faces más,
que venham a me assombrar.

E como deve ser,
a luz destrói a escuridão
sobra em meu corpo
a devastação.

Uma mente que é campo de batalha,
não dorme sossegada.
Feridas foram feitas
e marcas são deixadas.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Como o mar

Varia de lugar para lugar.
A água é cristalina na superfície porém,
possui profundos e misteriosos abismos.

Calmarias e tempestades,
de marés ao longo do dia, sempre em movimento.
Sempre constante e imutável.

Pode ser gelo, pode ser tropical.
Podem existir monstros e sereias (que você não verá)
Mas a vida mais bela é aquela,
nos recifes gigantes de peixinhos coloridos.

Intimidador, ao mesmo tempo, convidativo.
Uma infinidade, finita pelos olhos.
Desconhecido, de confins imaginados.
Desbravado pela coragem de homens
e de crianças que brincam na areia.

domingo, 18 de setembro de 2011

Soneto ao Sol


Nasci num Outono, distante de meu verão.
Do verão eterno onde deveria ser minha vida.
Porém nasci num dia normal, ao meio exato do dia.
Numa cidade cheia de sol, numa cidade de verão.

De onde fui levada, não me deixaram crescer lá.
Levaram-me a muitas cidades de chuvas, de frio e de noites.
Ainda assim, minhas lembranças mais fortes,
são de cidades de Sol, calor e mar.

Cabelos queimados e pele de ouro, contrastantes,
com a palidez atual do meu rosto e a negrura de minhas mechas.
Ah, que saudades tenho do amigo sol, da luz, d'água salgada, do vento mensageiro...

Um dia, quem sabe, volto para o sol.
Volto para minha cidade de verão, para o mar que me roubou uma boneca.
Volto para meus dias de aventura, para minhas noites de canções.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Até aqui.

Nunca havia notado, minhas palavras quebrava minhas próprias verdades.
Que no que escrevia me desmentia e então media o qual real eu era.

Bom, não é hora de ratificar minhas verdades e desmentir minhas palavras.
É hora de verdades e palavras novas que se conciliem e se completem.

Tempo de parar de buscar o que sou e simplesmente ser.
Para de riscar minhas verdades com verdades alheias.

Tempo de deixar para trás o que podia ter acontecido,
E olhar para frente em busca do que pode acontecer.

Poderia dizer adeus para o que me trouxe até aqui,
mas em verdade tudo continuará comigo na jornada.

Se foi bom ou não, estará comigo.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Novidades

Não há novidades.
ainda me atraso,
ainda não amo,
e não peguei o compasso.

A monotonia de sempre
pelo desespero, calada.
Por que nada mudou
e a vida anda apressada.

Não há novidades.
Exceto, talvez,
Pelo tempo que passa.
e me deixa angustiada.

Os dias correm
Não se deixam alcançar
agora falta pouco pro ano acabar.

E ai? Eu pergunto.
E daí? A resposta.
Foi bom o que durou.
Do que você gosta?

Agora a aventura espera.
Excite-se com as novidades!
Não é disso que você gosta?
Aventura? Novidade?

O futuro está sentado.
Esperando seu momento,
esperando que se atire aos braços dele;
Como a pouco você estava por ele.

A vida tem uma forma engraçada de mostrar
que você não quer, de verdade, aquilo que você quer.

Ainda é quinta

Os dias vieram e morreram ( como as ondas na praia)
o sentimento passado não me diz respeito.

O mar me chama
grita meu nome,
eu não vou.

Ainda é quinta
e estou só.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Boba

Sabe, tenho um pouco de medo.
As vezes amo, as vezes quase odeio.
em casa eu fico com saudade e 
quando perto fico com raiva.
Tenho medo de estar ficando boba.
e de perder vocês.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Segundo Grau

Há um pequeno sol
guardado no meu quarto.
Numa caixinha branca
em cima do armário.

Seis lâmpadas acesas,
todas as outras desligadas,
Suas luzes são suficientes para iluminar
nossas mentes marcadas.

Mesas brancas, cadeiras brancas,
paredes brancas, piso branco,
cortinas brancas, lousas brancas,
Porta azul.

Reflexo estranho

Meu reflexo mente.
fala coisas bobas
que alimentam vaidades.
Já não sei o que faço exatamente.

Reflexo estranho,
não me lembro de você.
Não sou eu assim,
nem os fios castanhos.

Até onde me lembro sou criança.
Gordinha e sorridente.
Cabelo desgrenhado e suado.
Sou eu nessa lembrança.

Não sou uma bonequinha de futilidades
Não tenho um coração rancoroso.
Sou uma criança e só.
Sou um sonhador cheio de vontades.

Temperança

Quero ter temperança.
parcimónia em cada gesto.
Perfeição particular.

Pimenta, alho e sal

Ah temperamento indomável
que raiva me dá;
Não ser dona do que sinto.
Manter-me imersa em gostos
para não sentir o desconforto
de não ter em que mandar.

Força

Minha fé me mantem sã.
Deus é minha força.
É o amor Ágape o mais forte.
é o que quero sentir.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Não sei, tanto faz.

Talvez meu coração seja uma máquina com um botão:
Abortar missão.

Talvez seja um brinquedo rasgado, mordido, trapilho
Sem algum motivo.

Talvez seja um jarro quebrado com cacos até não sei onde.
Haja cola super bonder.

Gosto de pensar que é um livro novo (num plástico apertado)
que nunca foi folheado.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Tinha medo

Tinha medo de ser dessas meninas bobas
Ingênuas e ridiculamente inocentes
de rimar amor e dor.
As desprezava,
até notar:

Que não por mal,
fazia igual.

Reflexo

O corpo quebrado, demais,
para sentir a dor.
Os olhos pesados, demais,
para ver chegar o sono.
O coração cansado, demais,
para amar.

Olhos de terra


Era quase quatro e meia e o sol já partia. Estavam no celeiro, jogados nas palhas. Ele brincava com o cabelo dela, que tinha a cor do trigo e estava próximo ao seu coração. Haviam poucos sons aquela tarde, apenas os animais e o vento nas árvores. Ele aninhou-se e olhando nos olhos de terra perguntou:

-- Certo, e o que posso fazer para que você me ame?

-- Prometa-me

-- Que te amarei para sempre? Sabe que sou louco por você..

-- Além disso. Prometa-me emoção. Prometa que estará sempre ao meu lado, e que cada dia será uma aventura, que nunca teremos uma rotina, Tire meus pés do chão, e quando estivermos com a cabeça em meio as nuvens, abra meus olhos e me mostre que tudo aquilo é real. Não me deixe pertencer a este mundo triste. Tire-me daqui.

Seguir

Encontro-te perdido em si
Sua forma da voltas e voltas
Faz um nó na vida simples.
que segue reta.

Estamos todos assim.

Dizem que é fase.
Prometem que passa
Fingem que isto é ruim.

E, se a caso o tempo levar,
transformar em poeira
e como o vento arrastar.

Seremos anestesiados
para enfrentar
a realidade amarga
sem querer mudar

Nem a nós,
nem a eles,
nem aos que virão,
nem a nada.

Então não se aprece em calar a ânsia
que atormenta te aos nervos.

Antes tarde do que cedo,
Ela findará.

E, com pesar digo: seguiremos na vida.
Inertes e apáticos aos gritos que vierem atormentar.

domingo, 10 de julho de 2011

A cidade

Coisa viva, vibrante, alucinógena

Convida todos a fazerem parte.
Cheia de energia e sensações.

Sinto um impulso,
Necessidade de fazer parte dessa dança desordenada.
Tão bela, Tão estranha, Tão jovem.

A cidade canta.
Dia e noite canções diversas.

É um mundo a ser explorado.
É um país encantado.

A cidade brilha.
Uma constelação.

Compreensível,
A infinidade de músicas, poesias e livros
Dedicados ao Rio.

Suicídio Virtual

Facebook, Orkut, Twitter, Tumblr, Blog, Msn, Skype.
A vida que você quer mostrar.

Com que você fala, quem você despreza.
Aquilo que você gosta e detesta.

Como você se sente, o que está fazendo, onde vai e o que bebe.
O que você quer da vida, o que a vida quer de você, tudo o que você vai fazer.

Pra que?

Tudo Online, aquilo que você sabe.

Pra quem?

Sua felicidade, namoricos, depressão.
Aquilo que ninguém precisa conhecer.
A vida tem tanta graça.

Pra que estraga-la?

Todos os seus momentos, aquilo que você viveu e planeja.

Você quer mostrar?

Fotos, fotos, vídeos, textos, conversas, comentários, k's.
Tudo dentro de uma tela. Longe das suas mãos.

Se quer viver, viva, longe da tela iluminada.

domingo, 26 de junho de 2011

Apatia

Minha voz soa em outro timbre
O corpo privado da força habitual.
É tolo por demais escrever
de meu próprio mal?

Tanto faz, não tenho sobre o que escrever.
Se não sou das românticas, e se sou,
Os amores são privados de meu próprio conhecimento.

Se já não me abate enorme desolação,
Se já não me sento só ao luar,
Se já não me farta o animo emoção alguma.
Do que falar?

Penso se é escasso
Meu tempo de poeta.
E essa idéia assusta,
Todavia não me afeta.

Se não há assunto
Que inventemos histórias
Usa-se a criatividade
Para suprir as apatias.

domingo, 19 de junho de 2011

De onde?

Penso o quão diferente seria
Se pertencesse totalmente ao sol.
Se minha pele bronzeada, meu cabelo queimaria.

Meus dias eternos dias.
as ondas minhas amigas.
Meus problemas quedariam frente ao mar.

Penso o quão diferente seria
Se pertencesse somente a lua
Noites em ruas escuras, minha pele branca e nua.

No entanto, nem filha da luz ou trevas sou.
Sou produto da falta de coragem,
De luzes brancas que brilham no escuro artificial de um quarto.

Rios

Estou chorando
E não me repreendo.
As lágrimas correm, ajustando-se aos relevos de meu rubro rosto.

Estou chorando
Olhos vermelhos em brasa molhada.
Nem um sinal de repulsa pela fraqueza.

Pois não me sinto fraca.
Choro consciente de minha dor.
Consciente que não é a culpa minha.

Não há amargura alguma em meus lábios.
Somente o salgado desfrute da tristeza.
Insolência de quem?

Choro por culpa de todos
Culpa da vida, cidade, pais, amigos, minha.
Culpa do destino que me trouxe a companhia para chorar o exílio.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Um lugar seguro para adormecer.


Sonhos quebrados nos cortam por dentro.

Tento reprimir o vazio com violência e gostos.

Tenho medo de criar novos sonhos
e de que estes se quebrem também,
então abram as cicatrizes.

Todos têm histórias tristes.
Todos têm direito de fazer seu drama.

Eu não sou uma exceção a essa regra.
Não venha-me dizer que as suas dores são piores que as minhas.

Pois eu te estrangularia com elas.

Ser forte dói. Dói o tempo todo.
Ignorar os golpes, ignorar os gritos.
Anular-me para que você possa fazer seu drama.

Meus joelhos sedem, toda noite, ao peso do mundo.
Estar perdido, cercado.
As sombras devorando seus sonhos.

Onde é seguro agora?

Existe uma luz. Mas onde ela está?

Sabe de onde vem os gritos que te apavoram toda noite?
Sabe onde se encontram as sombras que vem te corroendo?

Nada mas faz sentido, não é?

Só quer os braços onde costumava repousar.
A certeza de que amanhã vai estar tudo bem.
Ouvir alguém dizer que te ama.
Saber que quando o sol nascer, os problemas terão fugido.

Um lugar seguro para adormecer.

Um sonho que não me destrua.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Queda

É fácil quando se está caindo.
É fácil abrir os braços e acolher o destino
É fácil desistir e deixar que a gravidade faça seu trabalho.
É fácil se você não olhar o abismo.

Quando se está caindo.

Você não tem mais o controle.
Você o abdicou.
Você deu passos cientes.
Por isso é fácil.

A decida é tentadora, por ser fácil.
E depois de tanto lutar para subir,
Você está cansado e em algum obstáculo,
pensa como seria fácil aceitar a ruína,
pensa como todos os esforços foram em vão.

Mas eles só terão sido vãos, se você escolher esse caminho.

Toda luta vale a pena, se você não desistir.

A tragédia, é que estamos todos fadados a imperfeição.

Quero dizer, nunca seremos preenchidos, nunca seremos completos, nunca haverá humano que suprima a todas as nossas necessidades. Nunca seremos inteiros.

Estaremos sós do início ao fim. 

há dois caminhos a serem tomados. 
1. Aceitamos o fato. 
2. Ignoramos o fato e buscamos completar-nos com milhares de minúsculas semelhanças nos outros. 

E na verdade o segundo é o único caminho. Aceitar o fato não serve de muita coisa; Nem sei por que tentei.

domingo, 22 de maio de 2011

Dois

Preciso saber se alguém me entende,
ou se estou sozinha em meio ao caos.

No fundo não faz muita diferença,
Mas seria reconfortante conversar sobre isso na mesma língua.

Se estou sozinha, terei de ser forte.
Por mim e por todos que possam vir a estar nesta situação.

Se tenho companhia na jornada,
As alegrias todas serão dobradas e as tristezas divididas.

Pesadelo

Olha os detalhes. As coisas não estão bem.
Começam a dar errado, vão se acumulando.
Efeito bola-de-neve-avalanche
Tudo o que é feito é inútil, está imobilizado.
Seus membros atados por laços delicados e invisíveis.

Chorar, gritar, espernear, correr.
Nada disso funciona agora.

(só irá alimentar seu sonho ruim.)

Está preso a essa realidade bizarra
-e ninguém acreditará-
O mundo desaba sobre as costas cansadas.
Fragmentos do delírio rasgam a pele imaginária.

Você acorda.

sábado, 14 de maio de 2011

Como chega

A tristeza vem até mim de diversas formas.

Pode vir chegando a anos, grão a grão.
Pingando com pequenos desgostos.
Pode manifestar-se numa explosão.
Granada lançada por um gesto final.

Talvez venha como uma enxurrada de palavras.
Um rio de lâminas que transborda.
Letais, brilhantes e tão frias apesar
do calor rubro da angustia em minha face.

Quem sabe, ela chegue silenciosamente a noite.
Descalçando os pálidos pés
e aproximando-se mudamente
para ocupar o vazio no coração.

Todas as coisas do mundo


Sinto partirem me ao meio
  Todas as coisas do mundo.
Quebram me por dentro.
E meus sentimentos já não são mais meus!
Não tenho mais o direito de nada ter.
NADA é meu. É dito e pronto,
nada eu tenho.
Não tenho o direito de ter segredos,
sentimentos, nem em sonho. 
Atitudes? esqueça.
Meus sonhos? Que sonhos há?
Você não é nada, e nada tem.
*
Rasgam me por dentro
 todas as coisas do mundo.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fuga


Vamos fingir que está tudo bem                      .
                  Talvez as coisas assim fiquem.
Vamos andar de olhos vendados                     .
                          As pessoas usam máscaras mesmo.
Vamos rodar até ficarmos tontos                     .
                              Quem sabe tudo volte para o seu lugar.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Chamas


Queime tudo que lembrar de mim
e de quantas vezes eu estive enganada

Queime.
Eu não quero que isso volte a tona.

Queime.
Deixe que as chamas apaguem o meu passado

Queime.
Deixe-o virar cinzas.

Queime.
Essas palavras estão mortas.

Queime.
Os erros acabaram.

Por que toda as vezes que você olha nos meus olhos
Você não está vendo quem eu sou.
Você vê erros corroendo uma alma.
Você está me deixando cair.

Queime.
Por que eu quero ser livre

Queime.
As coisas estão mudando.

Queime.
Eu estou indo embora.

Você irá me deixar?

Tudo foi verdade
E saber disso dói não é?
Você aspira a luz,
mas por que se joga às trevas?

Queime tudo isso.
Você sabe que é a única maneira de seguir.

Deixe que o fogo consuma seus pecados.
Não irá doer tanto.


Está com medo?

Deixe que o fogo alimente-se disso
Por que depois tudo isso será cinzas.
E você estará livre.

Você sabe que é a única maneira de seguir.
Pegue o necessário,
e deixe que as chamas cuidaram do fútil.

Preencha sua vida como que importa
Deixe que as chamas cuidem do resto.

Queime, Queime, Queime.

sábado, 23 de abril de 2011

Meme sua vida + suas músicas

REGRAS:
1. Ligue seu music player no aleatório.
2. Aperte avançar para cada pergunta.
3. Use o nome da música como resposta para a pergunta mesmo se não fizer sentido.
NÃO TRAPACEIE!
4. Com as respostas, dê seus próprios comentários de como isso se relaciona à pergunta.



 1. Como você está se sentindo hoje?
I love playin' with fire - The Runaways


 (Your eyes are sparkling with teenage fire) Se você diz né.
 2. Você vai avançar na vida?
Amazing - Aerosmith

 (Life's a journey not a destination)


3.Como os seus amigos te vêem?
So far Away - Avenged Stanford


(Plans of what our futures hold
Foolish lies of growing old)


4. Você vai se casar?
I don't Want to miss a thing  - Aerosmith

                        LINDA *-*

5.Qual é a musica tema do seu melhor amigo?
Green eyes - coldplay

(And honey you should know 
      That I could never go on 
                       Without you)

6. Qual é a sua história de vida?
 You Can't always get what you want - Glee cast

                                          Poisé.

7. Como foi/será o ensino médio?
I'm yours - Jason Mras

(I reckon it's again my turn to win some or learn some) skspoakdpkpasokd


8. Como você pode seguir com a sua vida?
Plug in baby - Muse


(Now it's time for changing
And cleansing everything to forget your love)
9. Qual é a melhor coisa sobre seus amigos?
Lucky - Jason Mraz


(You make it easier when life gets hard)
10. O que tem programado para esse fim de semana?
Kings of Cydonia - Coldplay

(leia-se, vai ter prova de 4 matérias no dia do meu aniversário FFFFFUUUUU)

11. Para descrever seus avós?
1973 - James Blunt


(Wish I had known that
What seemed so strong
Has been and gone)
12. Como está indo sua vida?
Hot and Cold - Katy Perry


               Titulo auto-explicativo
13. Que música vão tocar em seu funeral? 
Lonely Day - SOAD


(Such a lonely day
And it's mine
The most loneliest day of my life)


14. Como o mundo te vê?
 Hair / Crazy in love - Glee Cast

                  Fácil de enender '-'

15. Você terá uma vida feliz?
Angel - Aerosmith

16. O que você deveria fazer agora?
Take on me - A-ha


          Me aceitar, boa idéia.

17. As pessoas te desejam secretamente? 
I think I'm paranoid - garbage


(You can look but you can't touch
I don't think I like you much)


18. Como posso me fazer feliz? 
Hello, Goodbye - Glee Cast

19. O QUE VOCÊ DEVE FAZER COM A SUA VIDA?
Dois rios - Skank

20. Você terá filhos?
Sweet Caroline - Glee Cast


(Oh, wasn't the spring,
And spring became the summer
Who'd believe you'd come along)  
                  Preve até nome e a estação do ano.

21. Você faria strip-tease com que música?
vento no litoral - Renato Russo
                                          WTF?

22. Se um homem numa van te oferecesse balas, o que você faria?
Hole in my soul - Aerosmith

23. O que sua mãe pensa de você?
Give me some love - James Blunt

                               Why don't you give me some love?
 
24. Qual é o seu segredo mais profundo?
Bleed it out - Linkin Park

25. Qual é a música tema do seu inimigo mortal?
The time of my life - Dirty Dance

26. Como é sua personalidade?
Lithiun - Nirvana


(I'm so ugly but that's okay,
'Cause so are you, we broke our mirrorsy/

27. Que música será tocada em seu casamento?
Funny girl - Glee Cast

28. Quais são suas aspirações?
Secrets - the runaways


          Então não pergunte novamente u_u

29. O que passa pela sua mente quando você acorda?
Nada Sei (apneia) - Kid abelha


             Sempre dá um branco quando eu acordo sabe? -n
30. O que seu namorado quer de você?
Hysteria - Muse


('Cause I want it now
I want it now)

Coisas que perdi pelo caminho.

Um pedaço da minha educação, os cachinhos do meu cabelo, o bronze da minha pele e parte da minha inocência. Um pouco do brilho dos meus olhos, e a esperança que neles estavam, um celular e algumas oportunidades. Amigos, certa paciência perdeu-se junto. Meu urso Pimpão, a formatura da minha alfabetização, um ano de aula. Os encontros de formação do colégio, a normalidade da minha coluna, meus dentinhos de leite e fases de jogos. Um cadinho da minha imaginação, uma parcela da criatividade. Dois anéis de Castidade. Logins e senhas de várias coisas, reuniões de trabalhos, terapias para minha coluna e aulas de natação. Dias de academia, um pouco da minha autoconfiança e nacos da minha responsabilidade. Doçura e originalidade. Meu medo das pessoas - coisa que havia adquirido recentemente - e por fim meu medo de admitir que perdi coisas importantes para minha vida.

Agora eu quero algumas coisas de volta. E vou busca-las.

domingo, 10 de abril de 2011

Courage

Onde foi parar minha coragem? Há algum tempo inundava-me o espírito, agora esconde-se atrás de gestos pensados uma, duas, três vezes e deixados de lado. Parece que quanto mais felicidade eu adquiro, menos capaz de desfruta-la me torno. As palavras passam pela minha mente, correm em círculos sem fim pingam na minha língua e retornam para meu encéfalo.

domingo, 3 de abril de 2011

Minha personalidade e cheia de falhas, mas é a única que eu tenho, então está tudo ótimo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Hole inside me.


Agora embriago me com água,
o café quente já não me acorda e
o chocolate amargo não me alegra.

As imagens de paz não me motivam,
as músicas não mudam meu estado de espírito
e as piadas não me fazem mais refletir.

Tentei buscar outras formas de perder,
novamente, o controle da minha mente.

Ou ganha-lo.

Afinal as coisas que fazia de forma consciente,
induziam meu inconsciente para onde eu queria.

Mas agora existe um vazio tão grande
entre onde estou e onde quero chegar,
isso é, se eu soubesse definitivamente onde quero chegar.

É um vazio dentro de mim
que não posso preencher.
Nada do que eu faço adianta mais.
Sugou tudo o que me completava.

Admitir que não posso mais
desempenhar meu próprio papel,
é algo completamente novo para mim.
e assustador.

terça-feira, 15 de março de 2011

Pena

     
       Fantástico aquele ser que regozijasse na caridade dos corações abertos. Da compaixão dos bons sentem prazer ao vê-la derramada em vão em suas teias de imundice, no seu execrável teatro de um só. O fingidor, por patologia da mente talvez, sente orgulho de sua atuação mirabolante e encontra graça na boa-fé de quem lhe da ouvidos e oferece reconforto na própria alma.
       Sua peça, no entanto, tem um alto penhor. Tão instantaneamente quanto a trama revela-se, o samaritano se tem como enganado eis que a compaixão, torna-se a repulsiva pena. E não há retorno desse ponto. Quem dá muitos alardes falsos logo deixa de ser ouvido.
      Então no momento que o ator tirar sua máscara, verá que suas mentiras tornaram seu mundo ruinas e afastaram todos, principalmente os que mais se importaram, e tudo que sua alma mais irá desejar é de um ouvido emprestado para seu coração realmente aflito. Quem sabe, ai veja o dissimulado o quanto vale a verdade.

"Meu amor!
Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem"
                 Há tempos - Legião urbana.
Esse é pra uma certa amiguinha da minha irmã.           

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sons que explodem

Aquelas palavras que eles disseram
escreveram, remoeram, vomitaram,
fizeram sons surdos .

Como a realidade na televisão.
Sim, ela foi vivida, você sentiu doer.
Você se sentiu mal ao ver aquela miséria humana,
mas logo você esqueceu, passou, não te marcou.

Logo você voltava a terminar o seu jantar,
pensando na novela que já iria começar.

Jurava que havia guardado aquelas palavras.
Aqueles discursos inflamados
Aquelas palavras foram amadas
Por quem as escreveu e por quem as leu

Tudo o que foi escrito,
Como você pode ter mudado sua mente?
Aquilo era perfeito.
Agora é esquecimento.

Amigo, alma amiga,
alma compreendida
desculpe o mundo
se o mundo te feriu

Você sabe que amar implica nisso
implica em sentir dor, implica em perdoar.
Não pare de amar o mundo
de buscar uma revolução.

Que não estará sozinho
se acredita que o mundo pode mudar
e que nós vamos mudar o mundo.

Busquemos juntos então.
Que façamos, que amemos, que lutemos.
Deixaremos nossas obras,
marcaremos o mundo.

Onde está a pessoa que escreveu aquilo?
O que fez com ela? Onde a escondeu?
Sei que esta viva, mas definha em cativeiro.
Liberte-a, imploro.

As sombras dentro de mim (ou) Meu grito antes do silêncio.

Insistem em se revoltarem, atormentam me a toda hora. Sacodem-se, shacoalham-se, debatem-se, jogam-se contra as barreiras do meu ser. Inevitavelmente uma ou duas escapam pela minha boca ou pelos meus movimentos e isso alimenta as outras, pois odeio quando escapam, e é do meu ódio que elas vivem.

Porém as nutro, elas vivem de minhas frustrasõens que não são poucas. Ai, como me detesto por as nutrir.

Essas sombras repugnantes cravejadas na minha alma. Existem alguns meios de evita-las, porém todos exigem muita disciplina e perseverança e eu estou desacreditada. Eu perdi minha fé em mim mesma. A paz que eu sinto não vem de dentro de mim, vem dos céus sonolentos e da perspectiva de um futuro melhor, da esperança de uma vida doce.

Há violência em mim. Violência em estado bruto, violência reprimida e eu não posso me livrar dela. Estou doente por dentro, pois essa violência é doentia. Mas todas as minhas tentativas de libera-la são frustradas, são proibidas, são evitadas e isso me enlouquece.

Eu esqueço de quem sou e o que eu quero fazer de mim, por causa dessa violência. Algo deu errado no meu passado, isso me frustra, eu quero chorar mas me penalizo por isso.

Eu sou uma porcaria de ser humano. Como tenho raiva de ser assim. Eu queria tanto ser doce, meiga, gentil, humilde, boa, simpática, certa, útil a sociedade. Mas não é algo que aconteça.

Essas sombras sugam-me as esperanças quando as vezes eu me pergunto o que eu estou fazendo de errado, por que tudo da errado? por que eu não consigo ser boa? Por que sempre faço tudo errado? Não posso fazer as coisas certas?

Mantenho um aparente controle sobre as minhas emoções, mas são elas quem me dominam. Existe uma emoção contra-estrategista, que faz o contrário do que os outros esperam  de mim. Se esperam que eu chore e me descontrolem, eu me controlo até o último segundo.

Por isso apetece me a solidão. Quando eu sou eu mesma. quando não importa o que pensam de mim por que não existe ninguem a quem surpreender. O exílio agrada-me, pois meus erros a ninguém afetam e ninguém os tentará corrigir.

Qualquer um menos


Não se falara de, os verbos não serão conjugados na xº pessoa do singular, os assuntos não serão sobre.
O que será ocultado não aparecerá se quer em elipse. A meta é anular, e reprogramar.
Estranho é um texto ser feito para não tratar de um assunto, e ainda assim falar dele.

Lapso


Não se trata de mim.
Quem sabe aquela música
que gosto há tempos
tenha algo para me dizer.

Se um dia ainda irei ser
tudo que eu sempre quis
Se um dia vou esquecer
de tudo que já fiz.

Um dia irei parar
de olhar só para mim?
Sentirei a dor do outro
e verei o mundo em si.

Se é tão fácil ver que estou errada
Por que não mudo o rumo
e guio a minha vida há um novo fim,
para a vida de quem realmente importa.

Tudo é tão complexo
e pedi a simplicidade para mim.
minha inocência me dá golpes,
me derruba por brincadeira.

Ver o ponto do outro é a meta,
me esquecer de mim,
viver plena compaixão
amar aos outros.

segunda-feira, 7 de março de 2011

As 15 grandes frustrações da minha vida.


01 –  Não sei cantar.
02 –  Não sei assoviar.
03 –  Não sei andar de bicicleta empinando a roda.
04 –  Não sei fazer embaixadinhas.
05 –  Tenho escoliose.
06 –  Não sei andar de skate.
07 –  Nunca consegui resolver o cubo mágico.
08 –  Não sei jogar nenhum jogo de cartas.
09 –  Não sei tocar nenhum instrumento.
10 –  Não sei dançar.
11 –  Não sei plantar bananeira, fazer estrelinhas e nem dar cambalhota.
12 –  Não sei jogar xadrez.
13 –  Não sei jogar sinuca.
14 –  Não sei fazer imitações.
15 –  Não sei andar a cavalo.
Quais são as sua grandes frustrações?

sábado, 5 de março de 2011

Admiração


Fantástico é como algo pode te atingir do nada, de onde você não esperava, sem a menor pretensão, e te cativar de tal forma que cria admiração e inspiração. Foi como um choque de realidade, ou apenas a água fria do chuveiro no seu rosto de manhã, ou o café antes da aula de matemática. Causou-me tamanha admiração, que senti vergonha de meus escritos, e me inspirou a fazer novos e melhores. Senti que transmitia emoções rasas demais, complexas demais, egoístas demais, fora de razão. Podem achar que tratar-se da minha competitividade ou de inveja, mas esta longe disso. Assim como as estórias de uma certa amiga me inspiraram a escrever e os poemas de outro a continuar escrevendo, as palavras dessa terceira me convidam a rever minhas causas e meu estilo, a renovar minhas ideias e aprimorar meus textos. Estou tão encantada pelo que ela escreve que são 3 da manhã e cá estou a escrever sobre isso. Sinto agora vontade tão grande de escrever, sobre tudo e qualquer coisa, que não tenho certeza se vou dormir hoje. É como se eu estivesse todo esse tempo escrevendo em papeizinhos amassados, e agora aspirasse a uma folha branca pautada. Fantástico, simplesmente fantástico.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Falha.



Á minha muito amada irmã, Lorenna
Agora vejo como eu errei
Agora vejo que todos os meus passos
foram erros

Eu fiz isso
Eu fiz ela ir
Ela está indo

Agora eu vejo como todos os meus passos foram erros.
Agora eu vejo como a vida poderia ter sido.

Eu vejo, meu medo da falha foi a minha falha.

Medo de mostrar que não sou tão forte,
que minha vida não é tão confortável,
que eu não sou muito engraçada,
e nunca fui muito bonita ou inteligente.

Ela pensa que minha vida é boa, sempre boa.
Por que eu não choro.
Agora eu vejo, a vida nunca foi o que eu pensei.

Minha forma de agir fez ela partir
Meu riso fazia ela chorar.
Nunca pensei que eu machucava seu coração.
Como poderia pensar isso?

Eu a amo tanto
Não quero a machucar, nunca.
Eu sinto muito.

Como eu poderia saber,
se minhas piadas pareciam fazer você rir
quando chorava por dentro.

Eu nunca soube
que estava quebrando seu coração
Desculpe-me eu não sabia.
Eu nunca quis te magoar.

Perdoe-me, Por favor perdoe-me, Por favor perdoe-me. 

terça-feira, 1 de março de 2011

Luz



Amanhece agora o meu mundo.
Desperta pela janela
a imensidão luminosa
na qual irei mergulhar.

As trevas terminam,
vem o sol iluminando
os detalhes do meu ser
emergindo-me da noite

Nem lembro-me quanto tempo
passei nessa escuridão sem fim
Estava anestesiada em meio ao caos
agora sinto partir a dor,
e uma sensação de verdade..

Que os dias de felicidade,
sempre voltem, sempre aqui estejam.
que essa luz nunca se apague na minha alma
que sempre esteja visível através do meu sorriso

Para que eu possa,
quando em meio as trevas me encontrar,
Sorrir e assim, ver que caminho
conduz de volta ao meu lugar.

Buscar


Eu quero minhas jóias de volta.
Aquelas jóias que ficaram no caminho
Aquelas das quais me livrei por medo de perde-las

Quero voltar a ser livre
a não me importar mesmo
não me importar de uma boa forma.
A ouvir só o que é importante

As minhas não são jóias da terra
São Ouro do espírito
São dons divinos
São mais do que pode-se ver

A liberdade de Ser,
Ser independente e feliz.
Ser diferente da massa disforme
que é todo o resto.

A qualidade do que é único,
do que não se vai,
nem com o vento nem com as águas.
Nem com nada que o tente.

A simplicidade de viver
sem preocupar-se com o amanhã
sem ter medo do que virá

É sair daquela floresta escura
em qual a pouco me encontrava
É ver o caminho iluminado,
assim, vendo os perigos.

A inocência infantil
que na forma mais complexa
não julga antes de saber e
que não tem medo de perguntar.

Que aponta ao escorpião
e pergunta-lhe
Para que o ferrão?

Rogo-lhe, Deus, meu senhor
Permita-me reencontrar
o que deixei de lado,
o que uma hora foi rejeitado.