quinta-feira, 17 de março de 2011

Hole inside me.


Agora embriago me com água,
o café quente já não me acorda e
o chocolate amargo não me alegra.

As imagens de paz não me motivam,
as músicas não mudam meu estado de espírito
e as piadas não me fazem mais refletir.

Tentei buscar outras formas de perder,
novamente, o controle da minha mente.

Ou ganha-lo.

Afinal as coisas que fazia de forma consciente,
induziam meu inconsciente para onde eu queria.

Mas agora existe um vazio tão grande
entre onde estou e onde quero chegar,
isso é, se eu soubesse definitivamente onde quero chegar.

É um vazio dentro de mim
que não posso preencher.
Nada do que eu faço adianta mais.
Sugou tudo o que me completava.

Admitir que não posso mais
desempenhar meu próprio papel,
é algo completamente novo para mim.
e assustador.

terça-feira, 15 de março de 2011

Pena

     
       Fantástico aquele ser que regozijasse na caridade dos corações abertos. Da compaixão dos bons sentem prazer ao vê-la derramada em vão em suas teias de imundice, no seu execrável teatro de um só. O fingidor, por patologia da mente talvez, sente orgulho de sua atuação mirabolante e encontra graça na boa-fé de quem lhe da ouvidos e oferece reconforto na própria alma.
       Sua peça, no entanto, tem um alto penhor. Tão instantaneamente quanto a trama revela-se, o samaritano se tem como enganado eis que a compaixão, torna-se a repulsiva pena. E não há retorno desse ponto. Quem dá muitos alardes falsos logo deixa de ser ouvido.
      Então no momento que o ator tirar sua máscara, verá que suas mentiras tornaram seu mundo ruinas e afastaram todos, principalmente os que mais se importaram, e tudo que sua alma mais irá desejar é de um ouvido emprestado para seu coração realmente aflito. Quem sabe, ai veja o dissimulado o quanto vale a verdade.

"Meu amor!
Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem"
                 Há tempos - Legião urbana.
Esse é pra uma certa amiguinha da minha irmã.           

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sons que explodem

Aquelas palavras que eles disseram
escreveram, remoeram, vomitaram,
fizeram sons surdos .

Como a realidade na televisão.
Sim, ela foi vivida, você sentiu doer.
Você se sentiu mal ao ver aquela miséria humana,
mas logo você esqueceu, passou, não te marcou.

Logo você voltava a terminar o seu jantar,
pensando na novela que já iria começar.

Jurava que havia guardado aquelas palavras.
Aqueles discursos inflamados
Aquelas palavras foram amadas
Por quem as escreveu e por quem as leu

Tudo o que foi escrito,
Como você pode ter mudado sua mente?
Aquilo era perfeito.
Agora é esquecimento.

Amigo, alma amiga,
alma compreendida
desculpe o mundo
se o mundo te feriu

Você sabe que amar implica nisso
implica em sentir dor, implica em perdoar.
Não pare de amar o mundo
de buscar uma revolução.

Que não estará sozinho
se acredita que o mundo pode mudar
e que nós vamos mudar o mundo.

Busquemos juntos então.
Que façamos, que amemos, que lutemos.
Deixaremos nossas obras,
marcaremos o mundo.

Onde está a pessoa que escreveu aquilo?
O que fez com ela? Onde a escondeu?
Sei que esta viva, mas definha em cativeiro.
Liberte-a, imploro.

As sombras dentro de mim (ou) Meu grito antes do silêncio.

Insistem em se revoltarem, atormentam me a toda hora. Sacodem-se, shacoalham-se, debatem-se, jogam-se contra as barreiras do meu ser. Inevitavelmente uma ou duas escapam pela minha boca ou pelos meus movimentos e isso alimenta as outras, pois odeio quando escapam, e é do meu ódio que elas vivem.

Porém as nutro, elas vivem de minhas frustrasõens que não são poucas. Ai, como me detesto por as nutrir.

Essas sombras repugnantes cravejadas na minha alma. Existem alguns meios de evita-las, porém todos exigem muita disciplina e perseverança e eu estou desacreditada. Eu perdi minha fé em mim mesma. A paz que eu sinto não vem de dentro de mim, vem dos céus sonolentos e da perspectiva de um futuro melhor, da esperança de uma vida doce.

Há violência em mim. Violência em estado bruto, violência reprimida e eu não posso me livrar dela. Estou doente por dentro, pois essa violência é doentia. Mas todas as minhas tentativas de libera-la são frustradas, são proibidas, são evitadas e isso me enlouquece.

Eu esqueço de quem sou e o que eu quero fazer de mim, por causa dessa violência. Algo deu errado no meu passado, isso me frustra, eu quero chorar mas me penalizo por isso.

Eu sou uma porcaria de ser humano. Como tenho raiva de ser assim. Eu queria tanto ser doce, meiga, gentil, humilde, boa, simpática, certa, útil a sociedade. Mas não é algo que aconteça.

Essas sombras sugam-me as esperanças quando as vezes eu me pergunto o que eu estou fazendo de errado, por que tudo da errado? por que eu não consigo ser boa? Por que sempre faço tudo errado? Não posso fazer as coisas certas?

Mantenho um aparente controle sobre as minhas emoções, mas são elas quem me dominam. Existe uma emoção contra-estrategista, que faz o contrário do que os outros esperam  de mim. Se esperam que eu chore e me descontrolem, eu me controlo até o último segundo.

Por isso apetece me a solidão. Quando eu sou eu mesma. quando não importa o que pensam de mim por que não existe ninguem a quem surpreender. O exílio agrada-me, pois meus erros a ninguém afetam e ninguém os tentará corrigir.

Qualquer um menos


Não se falara de, os verbos não serão conjugados na xº pessoa do singular, os assuntos não serão sobre.
O que será ocultado não aparecerá se quer em elipse. A meta é anular, e reprogramar.
Estranho é um texto ser feito para não tratar de um assunto, e ainda assim falar dele.

Lapso


Não se trata de mim.
Quem sabe aquela música
que gosto há tempos
tenha algo para me dizer.

Se um dia ainda irei ser
tudo que eu sempre quis
Se um dia vou esquecer
de tudo que já fiz.

Um dia irei parar
de olhar só para mim?
Sentirei a dor do outro
e verei o mundo em si.

Se é tão fácil ver que estou errada
Por que não mudo o rumo
e guio a minha vida há um novo fim,
para a vida de quem realmente importa.

Tudo é tão complexo
e pedi a simplicidade para mim.
minha inocência me dá golpes,
me derruba por brincadeira.

Ver o ponto do outro é a meta,
me esquecer de mim,
viver plena compaixão
amar aos outros.

segunda-feira, 7 de março de 2011

As 15 grandes frustrações da minha vida.


01 –  Não sei cantar.
02 –  Não sei assoviar.
03 –  Não sei andar de bicicleta empinando a roda.
04 –  Não sei fazer embaixadinhas.
05 –  Tenho escoliose.
06 –  Não sei andar de skate.
07 –  Nunca consegui resolver o cubo mágico.
08 –  Não sei jogar nenhum jogo de cartas.
09 –  Não sei tocar nenhum instrumento.
10 –  Não sei dançar.
11 –  Não sei plantar bananeira, fazer estrelinhas e nem dar cambalhota.
12 –  Não sei jogar xadrez.
13 –  Não sei jogar sinuca.
14 –  Não sei fazer imitações.
15 –  Não sei andar a cavalo.
Quais são as sua grandes frustrações?

sábado, 5 de março de 2011

Admiração


Fantástico é como algo pode te atingir do nada, de onde você não esperava, sem a menor pretensão, e te cativar de tal forma que cria admiração e inspiração. Foi como um choque de realidade, ou apenas a água fria do chuveiro no seu rosto de manhã, ou o café antes da aula de matemática. Causou-me tamanha admiração, que senti vergonha de meus escritos, e me inspirou a fazer novos e melhores. Senti que transmitia emoções rasas demais, complexas demais, egoístas demais, fora de razão. Podem achar que tratar-se da minha competitividade ou de inveja, mas esta longe disso. Assim como as estórias de uma certa amiga me inspiraram a escrever e os poemas de outro a continuar escrevendo, as palavras dessa terceira me convidam a rever minhas causas e meu estilo, a renovar minhas ideias e aprimorar meus textos. Estou tão encantada pelo que ela escreve que são 3 da manhã e cá estou a escrever sobre isso. Sinto agora vontade tão grande de escrever, sobre tudo e qualquer coisa, que não tenho certeza se vou dormir hoje. É como se eu estivesse todo esse tempo escrevendo em papeizinhos amassados, e agora aspirasse a uma folha branca pautada. Fantástico, simplesmente fantástico.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Falha.



Á minha muito amada irmã, Lorenna
Agora vejo como eu errei
Agora vejo que todos os meus passos
foram erros

Eu fiz isso
Eu fiz ela ir
Ela está indo

Agora eu vejo como todos os meus passos foram erros.
Agora eu vejo como a vida poderia ter sido.

Eu vejo, meu medo da falha foi a minha falha.

Medo de mostrar que não sou tão forte,
que minha vida não é tão confortável,
que eu não sou muito engraçada,
e nunca fui muito bonita ou inteligente.

Ela pensa que minha vida é boa, sempre boa.
Por que eu não choro.
Agora eu vejo, a vida nunca foi o que eu pensei.

Minha forma de agir fez ela partir
Meu riso fazia ela chorar.
Nunca pensei que eu machucava seu coração.
Como poderia pensar isso?

Eu a amo tanto
Não quero a machucar, nunca.
Eu sinto muito.

Como eu poderia saber,
se minhas piadas pareciam fazer você rir
quando chorava por dentro.

Eu nunca soube
que estava quebrando seu coração
Desculpe-me eu não sabia.
Eu nunca quis te magoar.

Perdoe-me, Por favor perdoe-me, Por favor perdoe-me. 

terça-feira, 1 de março de 2011

Luz



Amanhece agora o meu mundo.
Desperta pela janela
a imensidão luminosa
na qual irei mergulhar.

As trevas terminam,
vem o sol iluminando
os detalhes do meu ser
emergindo-me da noite

Nem lembro-me quanto tempo
passei nessa escuridão sem fim
Estava anestesiada em meio ao caos
agora sinto partir a dor,
e uma sensação de verdade..

Que os dias de felicidade,
sempre voltem, sempre aqui estejam.
que essa luz nunca se apague na minha alma
que sempre esteja visível através do meu sorriso

Para que eu possa,
quando em meio as trevas me encontrar,
Sorrir e assim, ver que caminho
conduz de volta ao meu lugar.

Buscar


Eu quero minhas jóias de volta.
Aquelas jóias que ficaram no caminho
Aquelas das quais me livrei por medo de perde-las

Quero voltar a ser livre
a não me importar mesmo
não me importar de uma boa forma.
A ouvir só o que é importante

As minhas não são jóias da terra
São Ouro do espírito
São dons divinos
São mais do que pode-se ver

A liberdade de Ser,
Ser independente e feliz.
Ser diferente da massa disforme
que é todo o resto.

A qualidade do que é único,
do que não se vai,
nem com o vento nem com as águas.
Nem com nada que o tente.

A simplicidade de viver
sem preocupar-se com o amanhã
sem ter medo do que virá

É sair daquela floresta escura
em qual a pouco me encontrava
É ver o caminho iluminado,
assim, vendo os perigos.

A inocência infantil
que na forma mais complexa
não julga antes de saber e
que não tem medo de perguntar.

Que aponta ao escorpião
e pergunta-lhe
Para que o ferrão?

Rogo-lhe, Deus, meu senhor
Permita-me reencontrar
o que deixei de lado,
o que uma hora foi rejeitado.