quinta-feira, 10 de março de 2011

As sombras dentro de mim (ou) Meu grito antes do silêncio.

Insistem em se revoltarem, atormentam me a toda hora. Sacodem-se, shacoalham-se, debatem-se, jogam-se contra as barreiras do meu ser. Inevitavelmente uma ou duas escapam pela minha boca ou pelos meus movimentos e isso alimenta as outras, pois odeio quando escapam, e é do meu ódio que elas vivem.

Porém as nutro, elas vivem de minhas frustrasõens que não são poucas. Ai, como me detesto por as nutrir.

Essas sombras repugnantes cravejadas na minha alma. Existem alguns meios de evita-las, porém todos exigem muita disciplina e perseverança e eu estou desacreditada. Eu perdi minha fé em mim mesma. A paz que eu sinto não vem de dentro de mim, vem dos céus sonolentos e da perspectiva de um futuro melhor, da esperança de uma vida doce.

Há violência em mim. Violência em estado bruto, violência reprimida e eu não posso me livrar dela. Estou doente por dentro, pois essa violência é doentia. Mas todas as minhas tentativas de libera-la são frustradas, são proibidas, são evitadas e isso me enlouquece.

Eu esqueço de quem sou e o que eu quero fazer de mim, por causa dessa violência. Algo deu errado no meu passado, isso me frustra, eu quero chorar mas me penalizo por isso.

Eu sou uma porcaria de ser humano. Como tenho raiva de ser assim. Eu queria tanto ser doce, meiga, gentil, humilde, boa, simpática, certa, útil a sociedade. Mas não é algo que aconteça.

Essas sombras sugam-me as esperanças quando as vezes eu me pergunto o que eu estou fazendo de errado, por que tudo da errado? por que eu não consigo ser boa? Por que sempre faço tudo errado? Não posso fazer as coisas certas?

Mantenho um aparente controle sobre as minhas emoções, mas são elas quem me dominam. Existe uma emoção contra-estrategista, que faz o contrário do que os outros esperam  de mim. Se esperam que eu chore e me descontrolem, eu me controlo até o último segundo.

Por isso apetece me a solidão. Quando eu sou eu mesma. quando não importa o que pensam de mim por que não existe ninguem a quem surpreender. O exílio agrada-me, pois meus erros a ninguém afetam e ninguém os tentará corrigir.

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