sábado, 26 de janeiro de 2013

Vô, eu ainda sinto muito a sua falta. Queria poder te dizer isso. Desculpa ter saído tão rápido da sala da U.T.I. Eu posso dizer que era para a mamãe passar mais tempo com você, mas eu não tava aguentando te ver daquele jeito. Ai vô, queria ter te abraçado mais. Ter dito mais uma vez que eu te amo. Eu sinto tanta falta sua, me sinto tão culpada por não ter passado mais tempo com você ou falando com você. Queria te abraçar mais uma vez, vô, mais várias vezes. Você tinha que saber o quanto é amado. Eu tenho evitado ter esses pensamentos dolorosos, mas ver fotos suas é demais pra mim. Não conseguir achar uma de nós dois. Mas lembro de uma, lá da época da praia, aquela que colocamos em um porta retrato que a gente fez com conchinhas. Ah, vô. Eu sei que o senhor não foi cedo, mas foi cedo demais para mim. Lembro da gente conversando quando eu era pequena, e um de nós dois disse que você viveria até os 100 anos. Eu queria que fosse verdade. Pelos meus cálculos da época, achava realmente que você não iria antes que eu tivesse 30. Mas vô, não quero te prender aqui. Descanse vô. Eu vou fazer meu melhor para cuidar da mamãe e da vovó se ela precisar.  Eu te amo e sinto sua falta, vovô.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Acontece as vezes.

Olho no espelho, e sei perfeitamente quem sou.
E me amo, muito mais do que posso amar aos outros.

Detesto isso.

Detesto saber quem sou.
Conhecer cada detalhe da minha vida:

meus hábitos,
meus medos,
minha rotina.,
meus desejos.

Não suporto olhar em meus olhos.
Quero fugir de mim.

Descobrir um sinal que nunca reparei,
passar na frente de um espelho e achar um estranho.
Quebrar meus recordes.
Superar os limites que ditei.

Não quero ser nada definido,
nem definitivo.

Um mistério, um enigma.


Otimista

Se os dias são nublados
e não tenho motivo para maior felicidade.

Eu penso:

Pelo menos não está um sol de rachar
e não tenho motivos para maior tristeza.

bitches please, write in your own language.

Nada contra quem curte relações internacionais, mas vocês nasceram no Brasil. Melhor sorte na próxima encarnação.

A diferença

Não existe distinção
entre os dias e as noites,
o ontem e o amanhã.

É tudo escuridão.
É tudo o que 
não se pode ter.

Como se segura um minuto?
Você pode agarrar-se ao tempo, para-lo?

Não sei dizer se ele nos arrasta ou empurra.
Acho que esta é a diferença entre o menino e o homem.
o menino puxa o tempo, e o tempo arrasta o homem.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Estradas

Parece que foi ontem que dizia
as minhas então amigas:
"Nossa, ano que vem estaremos no ensino médio!
Logo vamos estar na faculdade""

Continua a me surpreender como são
 precisas estas observações de criança.

Por que aqui estou: 18 anos,
Recordando quão rápido passou a vida.
Como ansiei a cada dia por algo novo,
e o novo veio aos poucos.

Como cada passo que dei, foi tão necessário
para chegar onde estou, e nem notei.
Como se me guiasse a luz divina.
- Estou certa que me guiou. -

Quando escrevi meu primeiro poema.
Quando troquei a vaidade pelo conhecimento
Quando fui apresentada a boa música.
Quando escolhi amizade a progresso.

Não sabia que cada escolha boba,
que cada aparente erro, seria tão certeiro.
Mas tudo isso me leva a crer
Que tudo é caminho.

E que todo caminho leva a algum lugar.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Rua das pedrinhas

  Era uma casa feita em pedra, sólida e segura. Seus muros altos e o jardim, apesar de belo, selvagem. O musgo crescia a sua volta e via-se o pólen no ar. Havia um balanço de madeira, próximo a janela da frente, preso em cordas firmes e fortes à uma árvore. Também havia uma lareira, que arderia e aqueceria os habitantes, mas não se sabe se de fato alguém morou lá. A casa era fria e hostil mas existia muita vida insinuando-se em cada comodo.
  Não entrou nela. Esteve em pé na porta por horas, mas não ousou bater. Reteve-se na imaginação e no que poderia ser. Admirou a fachada, observou o orvalho. Foi embora com a melodia dos passarinhos na cabeça e com o conforto de manter o desconhecido em seu coração.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Se tivesse pensado antes

Fui cruel hoje. Quase sem querer fui desnecessariamente rude com alguém que não merecia isso de mim. Agora, horas mais tarde, sinto-me um lixo, sinto-me desprezível. Meu coração pesa ao relembrar de cada palavra má que já proferi, de cada pessoa à quem fui cruel. Nem se quer posso me desculpar com elas, pois grande parte são desconhecidos, outra está abandonada no passado.

"Não há desculpas para meu comportamento, perdão."

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Brevemente

Tinha um poema tão belo:
rimava, era métrico
e refletia profundamente
não me lembro sobre o que.

Perdi-o.
A brisa leve o levou.
Partiu.
Mas foi lindo o que durou.

Antônimos

Levo a vida e a morte por todos os lados.
A vida fluindo em mim e vibrando rubros lábios.
A morte oculta em pensamentos seguros .

Apresento-me na juventude, desabrocho em flor.
não deixa-me a ideia que flores murcham e vão ao chão.
Nada salva-se do tempo, não importa quão belo.

Tenha, Deus, piedade de mim por que sou pequena
e pouco compreendo o que levo em mim e comigo.
Pouco entendo da terra, dos céus e dos mistérios,
mas anseio por entender o que for à Vosso propósito.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Tudo é dor