terça-feira, 3 de agosto de 2010

O mundo (em cores) que deixei.



Muitas vezes olho para os rostos na minha sala de aula, e me questiono se não são apenas máscaras pintadas que escondem um mundo paralelo e explosivo. Pergunto-me que será que há dentro destas cabecinhas de rostos tão exclusivamente únicos. Será que são felizes assim mesmo como mostram? Será que choram por dentro quando choram por fora? Será que não são todos Personagens de um baile de máscaras: dançando segundo a música de moda sem deixar cair a ilusão?

O que vejo todo dia no rosto dobrado artesanalmente dos meus colegas, são os jovens sendo jovens. Misturando numa lenta batida os valores que receberam, os conceitos que criaram, a idéias que lhes foram ofertadas e as experiências que muito ansiaram. Claro que tudo com vodka e uma fruta qualquer. Eles deixam que as palavras entrem e se acomodem em sua mente, as digerem lentamente e deixam as influências os intoxicarem. Eu, como jovem, provavelmente faço isso também, e provavelmente este texto é fruto de uma ressaca idealista.

O problema é que, enquanto meus juvenis companheiros de classe bebem essa moral contemporânea, alguns absorvem idéias ABSURDAS. Como a de que você deve ouvir uma música sem sal e sem graça de letra vazia só por que uma maioria ouve, é necessário ser linda, alta e magra e ter cabelo liso e estirado, é necessário usar roupa da moda, é necessário ver tal programa sem graça e sem mensagens maiores por que todo mundo vê, é necessário consumir uma revista por que ela diz do que você deve gostar! Você deve estar sempre feliz e sempre Tãaaao igual.

Não vou mentir, a vida não é fácil para mim que abandonei minha máscara de felicidade a muito tempo. Mas com certeza sou muito mais feliz do que poderia ser no mundo do faz de conta, por que minhas pequenas felicidades são reais.

"E, afinal de contas, o que é uma mentira? 
É apenas a verdade mascarada"
                                               Lord Byron