Pedro José observava de longe a linda mocinha índia que em tamanha inocência banhava-se as margens do rio. As vezes ela olhava sobre o ombro como se soubesse da presença dele entre as folhas da mata - Eita, será que ela tá me vendo?- A indiazinha agora olhava diretamente para para Zé ao mesmo tempo que se insinuava, o que o forçou a aproximar-se, meio sem jeito, meio embaraçado.
-A moça sabia que é perigoso ficar assim, sozinha, no meio da mata?
Ela sorriu e em tom de brincadeira respondeu:
- Então o que você tá fazendo aqui?
Já fazia dias que Zé escapulia do trabalho de vigia para vigiar a indiazinha.
-Meu trabalho, ué. Sou vigia da fazendo do seu Manuel.
-Mas não tamo ná fazenda dele, então o que cê tá vigiando?
Predro josé ficou vermelho, roxo, azul de vergonha. Mudou de assunto num salto:
-Qual a sua graça?
-Iara.
-Iara, que nem a mãe-d’água?
-Que nem a mãe-d’água. e você?
-Pedro José da Silva, mas pode chama de Zé.
-Zé, vem cá.. - Disse manhosa
- Entra no rio? Vai molha minhas roupa.
-Tira, uai.
Zé nunca foi muito de receber ordens, mas dadas as circunstâncias, logo ele estava nu nadando em direção a mocinha. Ele sentia que estava fazendo algo errado. Mas errado por que?
Estava escurecendo. A floresta estava calma. Do vilarejo ouvia-se o cantar dos pássaros e os gemidos vindos do rio.
As roupas de Zé foram achadas na manhã seguinte, mas Zé nunca mais foi visto.
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