quarta-feira, 27 de julho de 2011

Segundo Grau

Há um pequeno sol
guardado no meu quarto.
Numa caixinha branca
em cima do armário.

Seis lâmpadas acesas,
todas as outras desligadas,
Suas luzes são suficientes para iluminar
nossas mentes marcadas.

Mesas brancas, cadeiras brancas,
paredes brancas, piso branco,
cortinas brancas, lousas brancas,
Porta azul.

Reflexo estranho

Meu reflexo mente.
fala coisas bobas
que alimentam vaidades.
Já não sei o que faço exatamente.

Reflexo estranho,
não me lembro de você.
Não sou eu assim,
nem os fios castanhos.

Até onde me lembro sou criança.
Gordinha e sorridente.
Cabelo desgrenhado e suado.
Sou eu nessa lembrança.

Não sou uma bonequinha de futilidades
Não tenho um coração rancoroso.
Sou uma criança e só.
Sou um sonhador cheio de vontades.

Temperança

Quero ter temperança.
parcimónia em cada gesto.
Perfeição particular.

Pimenta, alho e sal

Ah temperamento indomável
que raiva me dá;
Não ser dona do que sinto.
Manter-me imersa em gostos
para não sentir o desconforto
de não ter em que mandar.

Força

Minha fé me mantem sã.
Deus é minha força.
É o amor Ágape o mais forte.
é o que quero sentir.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Não sei, tanto faz.

Talvez meu coração seja uma máquina com um botão:
Abortar missão.

Talvez seja um brinquedo rasgado, mordido, trapilho
Sem algum motivo.

Talvez seja um jarro quebrado com cacos até não sei onde.
Haja cola super bonder.

Gosto de pensar que é um livro novo (num plástico apertado)
que nunca foi folheado.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Tinha medo

Tinha medo de ser dessas meninas bobas
Ingênuas e ridiculamente inocentes
de rimar amor e dor.
As desprezava,
até notar:

Que não por mal,
fazia igual.

Reflexo

O corpo quebrado, demais,
para sentir a dor.
Os olhos pesados, demais,
para ver chegar o sono.
O coração cansado, demais,
para amar.

Olhos de terra


Era quase quatro e meia e o sol já partia. Estavam no celeiro, jogados nas palhas. Ele brincava com o cabelo dela, que tinha a cor do trigo e estava próximo ao seu coração. Haviam poucos sons aquela tarde, apenas os animais e o vento nas árvores. Ele aninhou-se e olhando nos olhos de terra perguntou:

-- Certo, e o que posso fazer para que você me ame?

-- Prometa-me

-- Que te amarei para sempre? Sabe que sou louco por você..

-- Além disso. Prometa-me emoção. Prometa que estará sempre ao meu lado, e que cada dia será uma aventura, que nunca teremos uma rotina, Tire meus pés do chão, e quando estivermos com a cabeça em meio as nuvens, abra meus olhos e me mostre que tudo aquilo é real. Não me deixe pertencer a este mundo triste. Tire-me daqui.

Seguir

Encontro-te perdido em si
Sua forma da voltas e voltas
Faz um nó na vida simples.
que segue reta.

Estamos todos assim.

Dizem que é fase.
Prometem que passa
Fingem que isto é ruim.

E, se a caso o tempo levar,
transformar em poeira
e como o vento arrastar.

Seremos anestesiados
para enfrentar
a realidade amarga
sem querer mudar

Nem a nós,
nem a eles,
nem aos que virão,
nem a nada.

Então não se aprece em calar a ânsia
que atormenta te aos nervos.

Antes tarde do que cedo,
Ela findará.

E, com pesar digo: seguiremos na vida.
Inertes e apáticos aos gritos que vierem atormentar.

domingo, 10 de julho de 2011

A cidade

Coisa viva, vibrante, alucinógena

Convida todos a fazerem parte.
Cheia de energia e sensações.

Sinto um impulso,
Necessidade de fazer parte dessa dança desordenada.
Tão bela, Tão estranha, Tão jovem.

A cidade canta.
Dia e noite canções diversas.

É um mundo a ser explorado.
É um país encantado.

A cidade brilha.
Uma constelação.

Compreensível,
A infinidade de músicas, poesias e livros
Dedicados ao Rio.

Suicídio Virtual

Facebook, Orkut, Twitter, Tumblr, Blog, Msn, Skype.
A vida que você quer mostrar.

Com que você fala, quem você despreza.
Aquilo que você gosta e detesta.

Como você se sente, o que está fazendo, onde vai e o que bebe.
O que você quer da vida, o que a vida quer de você, tudo o que você vai fazer.

Pra que?

Tudo Online, aquilo que você sabe.

Pra quem?

Sua felicidade, namoricos, depressão.
Aquilo que ninguém precisa conhecer.
A vida tem tanta graça.

Pra que estraga-la?

Todos os seus momentos, aquilo que você viveu e planeja.

Você quer mostrar?

Fotos, fotos, vídeos, textos, conversas, comentários, k's.
Tudo dentro de uma tela. Longe das suas mãos.

Se quer viver, viva, longe da tela iluminada.