Envenenado pelo orgulho e ciúme
o amor entrava em guerra contra si.
Se destruía, se comia, o amor enlouquecia.
Corrompia-se no mais puro e destilado ódio.
As palavras doce e promessas se converteram
num amargo vômito de ofensa e ameaças
que subia a garganta descontroladamente.
As unhas queriam arranhar a pele.
A boca desejava a língua alheia.
As pernas ansiavam pelo encontro.
Não mais pelo desejo, mas pela ira.
para fazer sangrar, para separar e esmigalhar
o que um dia foi objeto de afeição.
As mãos tamborilavam ansiosas por tocarem a face do outro,
num punho cerrado com toda força que permitisse a física.
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Não se pode dizer que era tarde, e que tudo acabaria.
Não acabaria tão cedo.
O amor estava louco, mas não morto.
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