terça-feira, 12 de novembro de 2013

Minha omissão

"Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero."
(Rm 7:19)

  Li por ai, certa vez, que somos tão culpados do mal que fazemos, quanto do bem que deixamos de fazer. É uma máxima da qual não posso discordar e que descreve provavelmente o meu pior erro. 
  Fico estática vendo acontecer o que discordo, fico apática a dor do irmão. Que miserável sou. Não falo sobre tomar as dores do mundo mas sobre a gentileza e o sorriso que nego, a esmola da qual me desvio, o favor que não cedo.
  Já ouve uma época em que pesava em minha cabeça e meu coração o sofrimento alheio a ponto de me tirar a paz. Continuam a pesar, mas cada vez sinto menos. Temo que tal comoção padeça na juventude sem, se quer, fecundar obra alguma. 
  Só valerá a pena minha vida se esta fizer do mundo um lugar melhor, pelo menos para algumas pessoas. Viver é uma longa e dolorosa morte, da qual o único conforto provém da coexistência. Se me omito, existo e vivo tanto quanto uma pedra.

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