sexta-feira, 28 de junho de 2013

Pequenas lembranças

Estava novamente a evocar as lembranças da infância. As que pareciam terem tornado-se mais saborosas ao passar dos anos. Nem tinha certeza se eram todas reais ou imaginadas, mas eram deliciosas.
Céus cinzas de tempestade, acompanhados por uma brisa fria e úmida e um abraço materno. Brincadeiras em um jardim, com fadas, duendes e animais falantes. Deitar no chão e olhar as nuvens por horas a fio, imaginando que elas contavam histórias com suas formas. Correr no quintal de casa, jogar bola com os pais, fazer sorvete, construir castelinhos de areia.
Onde foi que tudo aquilo parou? Em que ponto a vida tornara-se tão ordinário quanto a de qualquer outro, e por que? A felicidade havia se mudado, o coração endurecido e já não havia graça em nenhum aspecto da vida. Tudo foi destruído pela realidade, que devorou os sonhos um a um. Alguns podem chamar isso de amadurecimento, mas não vejo dessa forma. Frutas maduras são mais doces, e não é assim que me sinto.

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