segunda-feira, 6 de maio de 2013

Quanto tempo se chora o luto?
Quanto tempo vai demorar,
para que eu possa pensar nele
sem me desfazer em água salgada?

Quando vou parar de vê-lo na rua
no rosto de outros senhores?
Quando um livro vai voltar a ser um livro,
em vez de uma recordação?

Vô, eu tô com tanta saudade.
Não falar com você no meu aniversário foi um punhal no meu coração.
E ai veio seu aniversário, e eu não tinha pra quem ligar.

Então o ônibus parou em um ponto,
e tinha um senhor, que foi você por alguns segundos.
Foram suas mãos, seu óculos, seu nariz, seu cabelo grisalho.
Muito diferente da última vez que te vi.

Vô, você estava tão frágil,
e eu tinha esperança, até fé, de que você ia melhorar.
De que aquela não seria a ultima vez que eu te abraçava.

Mas foi.

Eu te amo tanto vô.

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