segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Descontento de uma tarde.



Ah, aqueles olhos que um dia contiveram todo o brilho do sol. Agora apagados, frios e nublados como a tarde chuvosa que fazia lá fora. Todos os desejos de Bianca resumiam-se a nunca ter dado aqueles passos semanas atrás. Toda a euforia, a libido, o desejo, a coragem e o prazer, tudo o que à havia conduzido até ali, acabava naquele silêncio. Ela não sabia o que fazer, estava desnorteada, confusa e com medo. E sabia que era irreversível.

A culpa, claro era parte dela, mas maior era a culpa de Marcos. Ele que jurou que enquanto estivessem juntos nada aconteceria. O garoto dava voltas no pequeno quarto. Não era para ter acontecido, não estava nos planos, ele tomou todas as precauções. Aquilo não podia estar acontecendo.
Ele socou a parede e o olhar de Bianca agora era de raiva. Ele sabia que ela ficaria com raiva, a conhecia tão bem quanto ela mesma. Ele a amava e não podia fazer nada. Ela principiava a chorar, não queria que ouvissem seus soluços. Ele aproximou-se em alguns passos, ajoelhou-se próximo ao coração dela e a abraçou fortemente quebrando o torturante silêncio.

- Você não está sozinha.

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